Hoje estamos na época de ouro dos vasodilatadores, uma evolução dos pre-workouts comuns que continham toneladas de estimulantes que no final das contas acabavam por anular ou diminuir em grande parte a ação dos "vasodilatadores".
Os vasodilatadores por sua vez não causam os efeitos ergogênicos dos estimulantes, mas pelo menos fazem com que o que você treina de fato vire algum resultado. Para o físico eles são interessantes porque fazem um trabalho completo no seu tecido locomotor: aumentam o recrutamento vascular periférico favorecendo tanto o "pump" que já falamos quanto a oxigenação, nutrição e escoamento de metabólitos resultantes da contração muscular - trabalhando assim como pre e pos-workouts!
A nicotina, substância principal da composição do cigarro, tem um comportamento bifásico, que é comum em substâncias viciantes, isto porque no cérebro, ela ativa receptores dopaminérgicos que estão presente nos núcleos do prazer e saciedade (os mesmos atingidos pela cocaína por exemplo) causando relaxamento. Também porque ativa receptores nicotínicos que normalmente são ativados por acetilcolina e liberam noradrenalina; há algumas pesquisas que falam que o cigarro melhoraria a memória por ativação de recepctores de glutamato - fato que acreditamos ser só teórico porque o monóxido de carbono presente no cigarro diminui a vascularização cerebral antagonizando tal efeito.
Contendo dois vasoconstrituores potentes, o CO (monóxido de carbono) e a nicotina, o fumo acaba servindo como antagonista de todos os efeitos que desejamos quando utilizamos vasodilatadores e claro, caso você treine sem essa ajuda ergogênica, imagine os efeito contrário que o você acaba tendo pelo hábito do cigarro. Do ponto de vista do centro dopaminérgico atingido, ir praticar atividades físicas depois de ter fumado é experimentar falta de endurance, força, resistência e capacidade de resistir a fadiga.
Portanto fumar depois de praticar atividades físicas ou antes de praticá-las é como se transformássemos o treinamento em esforço e desta forma a piora da capacidade física e por consequência a perda de resultados é uma mera questão de tempo.
Como disse, não me atrevo a dizer a você o que voce tem de fazer ou deixar de fazer, mas é minha função lhe dar conhecimento para ponderar.
É evidente que gostaríamos de um mundo livre de cigarro, mas não acredito que atitudes que ataquem a liberdade do índivíduo de forma arbitrária sejam a melhor forma de convencê-lo a deixar um hábito - boa parte das vezes a gentileza do processo informativo trabalham mais eficientemente.
Com muita performance e muita saúde, sempre.
Autor: Paulo Cavalcante Muzy
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